domingo, 22 de novembro de 2009

CAMINHO ESPIRITUAL - AO ENCONTRO DO SENHOR



Temos que nos dispor para sair ao encontro do Senhor. Saiamos agora para fora e avancemos por cima de nós mesmos até Deus. É preciso renunciar a todo querer, desejar o atuar próprio. Nada mais que a intenção pura e desnuda de buscar só a Deus, sem o mínimo desejo de buscar-se a si próprio nem coisa alguma que possa redundar em seu proveito. Com vontade plena de ser exclusivamente para Deus, de conceder-lhe a morada mais digna, a mais íntima para que Ele nasça ali e leve a cabo sua obra em nós, sem sofrer impedimento algum.

Com efeito, para que duas coisas se fundam é necessário que uma seja paciente e a outra se comporte como agente. Unicamente quando o olho está limpo é que poderá ver um quadro pendurado na parede ou qualquer outro objeto. Impossível seria se houvesse outra pintura gravada na retina. O mesmo ocorre com o ouvido: enquanto um ruído lhe ocupa, está impedido de captar outro. Como conclusão, o recipiente é tanto mais útil quanto mais puro e vazio.

A esse sossego do espírito se refere o cântico da Missa que começa: “Quando um sossegado silêncio tudo envolvia” (Sb 18, 14). Em pleno silêncio, toda a criação calava na mais alta paz da meia noite. Então, oh Senhor, a Palavra onipotente deixou seu Trono para acampar em nossa tenda (Liturgia de Natal). Será então, no ponto culminante, no apogeu do silêncio, quando todas as coisas ficaram submersas na calma, somente então, se fará sentir a realidade desta Palavra. Porque, se queres que Deus fale, faz falta que tu cales. Para que Ele entre, todas as coisas deverão ter saído”.

A isto se referia Santo Agostinho quando dizia: "Esvazia-te para seres preenchida, sai para entrar". E em outro lugar: "Oh tu, alma nobre, nobre criatura, por que buscas fora a Quem está plena y manifestamente dentro de ti? És partícipe da natureza divina".


Johannes Tauler OP (Juan Tauler/1300-1361)
Instituciones, Temas de oración, CI 9

terça-feira, 17 de novembro de 2009

É de Deus que as bênção vem!

Nesse último domingo, dia 15 de novembro, reunimos na Casa Graça e Paz os servidores do Apostolado da Bênção de todos os DJCs Locais e missão. Foi um Encontro de Formação querigmática e aprofundamento da Missão reservada por Deus para esse apostolado.

Acredito que muitas bênçãos foram derramadas, pois percebi todos com o coração desejosos de receber da provisão de bênçãos que o Senhor já havia reservado para nós,"pois para isto fostes chamados: para serem herdeiros da bêncão" (1Pd 3,9).

Partilhamos com vocês, nossos irmãos, algumas fotos desse precioso momento.














Que sejamos, sob a graça do Espírito Santo, ministros das bênçãos do Senhor!

Leila Lemos
Conselheira do Apostolado da Bênção

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Disciplina Comum 2010 - Apostolado da Bênção

DISCIPLINA COMUM 2009
APOSTOLADO GERAL DA BÊNÇAO

Objetivo geral do DJC
Reavivar e desenvolver integralmente a vida cristã-batismal na perspectiva do seguimento de Jesus Cristo.

Objetivo específico do Apostolado da Bênção
Evangelizar na unção do Espírito Santo com querigma, mistagogia e parresia dentro das quatro dimensões: espiritualidade, testemunho, apostolado e eclesialidade, por meio da intercessão de Nossa senhora e através da Oração Cristã, pregação da Palavra de Deus para que as pessoas encontrem Jesus, convertam-se e perseverem na caminhada discipular do DJC, tornando-se discípulos e formando novos discípulos.

Estratégias
Considerando o Método de Evangelização e Acompanhamento de Discípulos do DJC:
- Fortalecer o Ministério de Intercessão a Nível Geral, nos encontros semanais de intercessão pelo o conjunto do DJC, por seus membros e pelos eventos locais;
- Acolher para evangelizar, unindo querigma, mistagogia e oração de bênção no Siloé, Reavivamento no Espírito Santo e nos demais eventos e atividades de evangelização que realizarmos dentro da caminhada do DJC. (priorizando o siloé)
-Servir nos eventos do DJC sempre pedindo a proteção da Virgem Maria para que nos conduza ao seu filho Jesus fazendo-nos instrumentos de bênçãos na vida de cada irmão que necessitar. .
-Crescer no nosso ministério especifico buscando formações especificas, visitando o site especifico da Bênção e, utilizando os subsídios do Discipulado.
-Utilizar e orientar no decorrer da nossa caminhada discipular o uso da Bíblia, Catecismo da Igreja e dos subsídios do DJC.
- Ler, estudar e divulgar entre as pessoas as Publicações do Discipulado (Irmanador Discipulado, Agenda da Caminhada Discipular e Temários de Meditação Orante da Palavra de Deus - MOPDs), assim como o uso da camisa do DJC.

Ministerialidade
Considerando a Estrutura Básica do nosso DJC, temos a seguinte Ministerialidade:
Acompanhante Geral: Pe. Marcos Oliveira
Conselheira Geral da Bênção: Leila Lemos
Articulador do Apostolado da Bênção:
Cascavel: Marister Pereira
Fortaleza:: Ercílio e Marlene
Palmacia: Vera Lúcio
Vila Manoel Sátiro :Fátima Gondim


Agenda
Fraternidade de Aliança: Todas segundas e quartas segundas-feiras de cada mês
Corpo de Apostolado Local: terceiras segundas-feiras, 19h
Dia 24/01/09-Retiro de espiritualidade e Celebração da Aliança- Casa Graça e Paz
Reavivamento no Espírito Santo: Dias 14,15 e 16 de Fevereiro- Vila Olímpica do Canindezinho
Graça e Paz: 25 de julho, 15h
Encontro de Espiritualidade, formação e oração:?????

MEDITAR E FECHAR DISCIPLINA NO ENCONTRO VOCACIONAL DO DIA 15/11/09

domingo, 1 de novembro de 2009

Se conhecesses o dom de Deus...

O encontro entre Jesus e a samaritana reflete o encontro de duas sedes: a sede de Deus pela alma do homem e a sede do homem por Deus. Por vezes, ao ler esse texto, imagino Jesus naquele sol escaldante, fatigado, cansado, sem forças, sentado ao lado de uma fonte, e o pior, em uma terra em que Ele não era tão bem recebido, a Samaria.

Esse texto, esse rico e profundo texto, revela a qualidade e a profundidade da oração que somos chamados a “ter” com o Senhor. Ele se coloca como necessitado diante de nós como se colocou diante daquela mulher, para despertar em nosso coração a necessidade que temos de estar diante dele, de “beber” da sua presença, de saciar-nos do seu amor.

Encontramos hoje diversos materiais, livros, textos, pregações, cursos, que definem, nos falam, explicam... sobre a vida de oração, mas nada tão real e concreto do que vivenciar esse encontro tão pessoal que se passa entre Deus e eu.

Não existe “hora” para fazer oração, existe sim, vida de oração. A oração não se trata de um mero compromisso marcado, como fazemos com uma reunião, uma consulta médica... Seria terrivelmente empobrecedor nos relacionarmos com Deus assim; a oração é algo muito mais abrangente, é um encontro entre um eu e um tu, é Presença de Deus em mim, e isso não se resume a uma ou duas horas, mas se estende por todo o meu dia, por toda a minha vida. Claro, necessitamos parar, silenciarmos diante de Deus, dialogarmos com Ele em algum momento durante o dia, mas isso só enriquece a minha experiência oracional, não é o fim, não a define, é mais um meio de cultivar essa presença que eu trago e amo “com todo o meu coração, alma e espírito”. Se não nos conscientizarmos dessa presença em nós, passaremos a vida inteira a ler, estudar e não aprenderemos a rezar, a ter oração. Ficaremos sempre no fazer, e amizade não se faz, se vive.

Por exemplo: por mais que eu queira esquematizar o que partilharei ao meu amigo na próxima conversa que teremos, sei que tudo na hora terá o seu livre curso, porque não há nada mais livre, espontâneo, gostoso e verdadeiro do que o diálogo entre amigos, assim percebo que é com Deus, por mais que se fale, pense, estude sobre oração, faz-se necessário rezar, experimentar, dialogar, silenciar, perscrutar...

Deus tem sede de mim e essa certeza me impulsiona a Ele, mesmo se na minha inconstância os meus sentimentos me traem, desaparecem. A amizade com Deus é uma convicção de fé que vai além de qualquer outro sentimento.

Por vezes pensamos que devemos ser muito santos e virtuosos para ser tido com amigo de Deus. Pura ilusão e pretensão! A amizade é uma escolha e Deus me escolheu e eu o escolhi, sustentada é claro, pela escolha primeira dele. Essa escolha escapa de todos os roteiros, definições e modelos, porque a cada dia Deus nos trata de forma pessoal e não podemos perder a riqueza de desbravar o caminho espiritual que Ele traçou para nós. A forma única que Deus se relaciona comigo enriquecerá o mundo, a Igreja, assim como Ele se relacionou com a samaritana, o jovem rico e os grandes mestres espirituais.

A oração não é coisa para monge, eremita, consagrado, místico. A oração é um dom para cada homem que se descobre amado, filho de Deus. É impossível não querer estar perto de quem nos sentimos amados. Todas as experiências de oração alheias são válidas para me ajudar a traçar o meu itinerário espiritual. Não esperemos tempo, ocasião, lugar, para começarmos a orar, pois como Ele disse a samaritana “a hora já chegou, e os verdadeiros adoradores adorarão em espírito e em verdade”. Essa palavra é de um poder encorajador, não importa onde e como, sou capaz de Deus, na minha vida normal e ordinária sou capaz de Deus, de estar e viver com Deus, de falar-lhe, de escutar-lhe. Que alegria! Me maravilho quando imagino que bem longe, na mais distante terra e cultura, existe um homem que é capaz de Deus, de ser amigo de Deus, de se relacionar com Ele. “É um saber maravilhoso e me ultrapassa, é alto demais: não posso atingi-lo!”.

Vamos ao poço que é o próprio Cristo e deixemos que todo o nosso corpo, alma e espírito, história de vida, verdade, se renda diante do seu imperscrutável mistério. Deixemos que das nossas “profundezas” suba o nosso clamor.

Uma vida saudável é fruto de uma espiritualidade sadia. Por isso, quanto mais amigo de Deus, mais somos amigos dos homens e sensível as suas dores e também as nossas. Longe de nos centralizarmos nele, nos envia ao encontro do outro. Uma vida de oração que não tem doação está longe de ser verdadeira, ao contrário, é estéril. O homem orante se oferta, tem como desejo a doação e não apenas faz “gestos” de doação.

Quanto mais nos envolvemos com o outro, mais pertencemos a Deus. Rezar é dialogar! A oração é uma escola de amor. É um dom, “se tu soubesses o dom de Deus...”. É impossível imaginarmos a altura, a profundidade desse amor. Quanto mais orante, mais feliz, mais humano. Encarnamos com convicção os valores e os ideais de Cristo. A oração é amizade, como define Santa Teresa d`Ávila. E amizade é uma relação pessoal com quem amamos. Por vezes, pensa-se de forma errônea que oração é solidão consigo mesmo, puro egoísmo! Oração é solidão com o Outro. Eu me recolho com alguém, Deus que está dentro de mim. Orar é “entrar”, é viver! (Frei Maximiliano Herraiz).

Deixemos Deus ser o protagonista da nossa vida de oração, para que na sua presença possamos nos surpreender, nos enamorarmos com seus “regalos”.

Fonte: Comunidade Shalom