domingo, 25 de outubro de 2009

Mas, o que vem a ser a oração de Intercessão?



A oração de intercessão não é somente uma luta amorosa para arrancar do pecado aqueles que estão presos nas trevas, mas é também uma súplica a Deus para que o Reino do Céu prospere. O Catecismo da Igreja Católica confirma isso:

“A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Ele é o único Intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, dos pecadores, sobretudo. “Ele é capaz de salvar de modo definitivo aque¬les que por meio dele se aproximam de Deus, visto que Ele vive para sempre para interceder por eles” (Hb 7,25). O pró¬prio Espírito Santo "intercede por nós... pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos" (Rm 8,26-27)” (CIC 2634)

A Intercessão é uma oração que nos faz conformes a Jesus. A Intercessão é uma oração que parte de um coração ligado a Jesus e que pede, segundo os planos de Deus, salvar o homem todo e todos os homens. O Catecismo da Igreja Católica ilustra muito bem que a oração é uma batalha espiritual na qual todo cristão está envolvido:


“A oração é um dom da graça e uma resposta decidida de nossa parte. Supõe sempre um esforço. Os grandes orantes da Antiga Aliança antes de Cristo, como também a Mãe de Deus e os santos com Ele, nos ensinam: a oração é um combate. Contra quem? Con¬tra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se não quisermos habitualmente agir segundo o Espírito de Cristo, também não poderemos habitualmente rezar em seu Nome. O "combate espiritual" da vida nova do cristão é inseparável do combate da oração.
(CIC 2725)


O Catecismo assim nos ensina que estamos em um combate misterioso, que estamos lutando contra nossa natureza carnal e contra as trapaças de Satanás, ambos que procuram nos afastar da comunhão com nosso Deus.

São Paulo já dizia nossa luta não e “contra homens de carne e sangue, mas contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares” (Ef 6, 12)

Deste modo, precisamos estar cientes que nossa luta é, antes de qualquer coisa, espiritual. Nossa batalha não se dá somente para arrancar do reino das trevas o máximo de almas que já se encontram dominadas pelo mal, mas para impedir que as trevas invadam os filhos de Deus. E essa batalha só será vencida se batalharmos por meio da Oração, da comunhão Eucarística, do jejuar, da meditação da Palavra de Deus onde nos será revelada a Sua vontade.


Trechos do Livro: Procura-se um Intercessor(RCC)

domingo, 18 de outubro de 2009

Interceder com Jesus e o zelo pelas almas



Gostaríamos de começar celebrando a nossa graça do Batismo. Sabemos que pelo Batismo nos tornamos novas criaturas, porque nos tornamos filhos de Deus, assumimos uma nova identidade, a identidade dos filhos de Deus. No Batismo além de termos apagado nosso pecado original temos justificados em nome de Jesus e por Jesus todos os nossos pecados é a graça santificante, a graça de justificação do batismo.

É exatamente por causa da graça que, como Jesus Cristo ,nós somos incorporados a Cristo que é a cabeça da Igreja. E somos também configurados a Cristo quer dizer, tomamos a imagem do próprio Filho de Deus. E é exatamente isso: porque somos configurados a Cristo podemos interceder com Jesus e podemos partilhar com Jesus do zelo pelas almas.

Veja bem o maior desejo de quem ama é certamente ser um com quem se ama. E com o pecado original houve uma ruptura terrível entre o homem e Deus. Você sabe muito bem que foi também em Jesus Cristo e só por Jesus Cristo que essa ruptura foi anulada porque por Jesus em Jesus e com Jesus o Pai incorporou a si próprio a humanidade que crê, incorporou a si próprio o mistério da reconciliação entre Deus e os homens. Por isso, a oração final de Jesus (Jo17) aquela oração tão linda onde Jesus diz: "Pai, que todos sejam um que eles estejam em ti como eu estou em ti, que através de mim eles estejam em ti, que comigo eles estejam em ti e que todos sejam um". Porque? Exatamente o maior desejo do Pai que nos ama é nos fazer um com Ele no seu filho Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo.

Quando a gente entende que o maior desejo de Deus é nos fazer um com Ele através de Jesus e pelo poder do Espírito, a gente já de partida entende várias coisas sobre o ministério da Intercessão.

Primeiro o intercessor deve ser uma pessoa profundamente ligada a Jesus, profundamente consciente da sua incorporação a Jesus Cristo pelo Batismo. Eu intercedo eu posso interceder porque eu estou incorporando a Cristo e a Igreja, porque em mim se realiza o sacerdócio de Cristo, eu posso interceder porque também eu estou incorporado a Igreja. E a finalidade última da minha intercessão deve ser sempre aquele maior desejo de Deus, e zelo enorme pelas almas para que elas sejam um com Deus.

É interessante na nossa intercessão, muitas vezes morrermos de pena de alguém doente, de alguém que está sofrendo porque o marido deixou a casa, de alguém que está nas falsas doutrinas, de alguém que tem um filho doente; mas precisamos pedir a Deus a graça de sermos mais profundos, porque a grande dor do coração de Deus não é por alguém que está doente, que tem um filho doente, ou cujo o marido saiu de casa isso também dói no coração de Deus, mas a maior das dores do coração de Deus é seu filho separado dele, é aquele que não crê, e aquele que nem conhece Jesus, é aquele que nunca foi evangelizado, é aquele que rejeita Jesus, são os que vivem na impiedade, no pecado, os que vivem na indiferença a Deus.

Como intercessores configurados a Cristo, como intercessores incorporados a Cristo que formamos a Igreja a nossa maior dor deve ser esta mesma dor do coração do Pai, esta mesma dor do coração de Jesus a dor de não ter ainda todos os seus filhos reunidos perto de si. Isso vai trazer para o intercessor um autêntico zelo pelas almas,um desejo de levar todo homem pra Deus,um desejo de sacrificar a própria vida para levar todos os homens para Deus. É isso que significa no fundo, no fundo, interceder com Jesus. É assumir a vida de Jesus de tal maneira que, como Jesus, o nosso maior desejo seja levar almas para Deus, seja conquistar filhos de Deus, seja expandir o Evangelho no mundo inteiro. É preciso que nós coloquemos os nossos olhos no céu e saibamos que somos chamados a uma vida eterna,como diz S.Paulo em Col 3: "É preciso buscar as coisas do alto porque somos criados para as coisas do alto".

O intercessor deve interceder pelas pequenas coisas, pelas necessidades do povo, pelas necessidades de fulano ou de sicrano, mas a maior intercessão que um ministro intercessor pode ter é a intercessão de incorporar a sua vida à vida de Cristo ,de ser configurado a Cristo, de viver de tal forma que Cristo viva nele, viver de tal forma que ele possa dizer: "não sou eu quem vive,mas é Cristo que vive em mim". E se Cristo vive em mim, eu em Cristo sou um intercessor eficaz. E a minha intercessão, o meu maior desejo é que todos os homens conheçam Jesus Cristo, todos os homens procurem o Pai, todos os homens sejam de Deus, conheçam a Deus.

No meu coração nasce um zelo especial pelas almas, no meu coração brota, pelo poder do Espírito Santo, um desejo de sacrificar a minha vida ,um desejo de sacrificar cada instante da minha vida para que Jesus seja louvado, para que mais almas conheçam a Deus. O sofrimento de Deus. O Sofrimento de Deus por não ter em si, unido a si, cada um de seus filhos passa a ser também o meu sofrimento de intercessor por não ter unidos a Deus cada um dos meus irmãos.

Então aprofundando essa configuração a Jesus Cristo podemos pegar a 1º epístola de S.Paulo cap.2,9, esse versículo explica como e porque somos configurados a Cristo, como nos tornamos figuras de Cristo, como o Espírito Santo vai moldando em nós a própria face de Jesus, mas muito mais do que isso a própria entrega de vida obediente e sacrificial de Jesus na sua cruz. Vers. 9 “ Vós porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa,um povo adquirido para, Deus a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou a sua luz maravilhosa”.

Fonte:Com. Shalom

É possível evangelizar sem a oração?



A cada dia que passa me pergunto com uma certa angústia de quem esta chegando à belíssima idade de 60 anos, dos quais dediquei mais de 40 ao serviço de Deus, da Igreja no Carmelo, se é possível evangelizar sem a oração? Um questionamento que bate forte à nossa porta e nos obriga a parar para podermos compreender o que se entende por evangelização. Me parece que às vezes se tem a impressão que dentro da Igreja há pessoas que confundem a evangelização com ação social: fazer dar de comer, ajudar os pobres, servir aos mais necessitados, mas deixando de lado o anúncio corajoso da pessoa de Jesus.

O cristão é evangelizador em tudo o que ele faz e o seu coração, como o de Paulo, queima forte pelo Reino de Jesus. Evangelizar não é um trabalho qualquer nem uma atividade que se escolhe para ter o que comer ou ter uma vida mais tranqüila e folgada. É uma exigência interior: “ai de mim se eu não evangelizar”. Havia momentos que Paulo não sentia nenhuma vontade de anunciar o nome de Jesus porque sabia que isto lhe acarretaria muitos sofrimentos e dores. Era preferível calar-se, mudar de rumo e fazer outras coisas. Mas não lhe era possível, havia nele algo de mais forte do que a sua vontade humana. Assim a leitura atenta dos profetas nos faz encontrar que muitos profetas, diante da escolha de Deus se detém profundamente para poder fugir da responsabilidade e não consegue. Basta se lembrar de Moisés, ele discute com Deus, tenta indicar para Deus pessoas mais capazes, mas Deus se torna quase “cruel” com o mesmo Moisés e o coloca com as costas na parede “vai”, e Moisés se vê obrigado a ir lá onde Deus quer que ele vá.

Assim sentimos profundamente a fragilidade e o medo de Jonas que é enviado a Nínive para anunciar a libertação e Jonas, medroso, toma o caminho para Tarsis para se esconder do envio de Deus. E Deus, com mão firme, o faz voltar ao rumo certo. E como esquecer a relutância de Jeremias, de Isaías? E como não lembrar Amós que estava sereno e tranqüilo cuidando do seu rebanho e das suas plantações de sicômoros e Deus o envia para anunciar paz e justiça e diante da constatação do rei o mesmo Amós dirá: “eu não sou nem profeta e nem visionário, Deus me enviou”? Como não lembrar a mesma resistência dos apóstolos em deixar tudo e seguir Jesus para tornarem-se pescadores de homens?

Poderíamos passar atentamente na galeria dos santos e das santas e sempre nos encontraríamos com resistências para o anúncio do Evangelho. O medo do fracasso, da incompreensão e da cruz. Mas diante de tudo isto nos deparamos com homens corajosos, com mártires capazes de entregar a própria vida sem reservas para o anúncio do Reino, e derramar o próprio sangue. Por que tudo isto? Onde eles encontravam a força para não desanimar e não fugir da responsabilidade?
Oração.

A força dos profetas, dos mártires, dos apóstolos é uma só: a oração. É no diálogo íntimo, pessoal com Deus que brota uma força que nada e ninguém pode parar. Não podemos anunciar uma pessoa desinteressadamente se não somos apaixonados por esta pessoa. O apóstolo o evangelizador é alguém que, tendo encontrado Jesus, como Paulo na via de Damasco, no deserto ou no silêncio, foi seduzido e vencido por um ideal. Quantas vezes me parece ouvir no fundo do coração e no mais íntimo do ser as mesmas palavras que Paulo ouviu no caminho de Damasco: Saulo, Saulo por que me persegues? E Saulo, tomado por medo mas também fascinado pela luz e pelo amor, responde: “quem és tu, Senhor?” E a voz confirma: “sou aquele Jesus que tu persegues”...

Hoje nós somos perseguidores de Jesus quando não assumimos a missão evangelizadora, ou quando por medo, preferimos um evangelho “dietético”, que se acomode a todas as correntes do pensamento humano. Eu tenho medo que às vezes anuncie um Cristo revestido e apresentado com tantas facetas, para se entender um Cristo que tem um não sei quê de budismo, de marxista, de muçulmano, de espírita, de protestante...um Cristo tão ecumênico que não é mais o Cristo do evangelho do anúncio corajoso que não tem medo. Ser ecumênico não quer dizer adaptar o Cristo a todos os movimentos, mas sim ser fiéis ao Cristo até à morte. Me parece que hoje nos falta a coragem de sermos mártires, o desejo de sermos mártires, e só assim poderemos falar de Jesus com convicção e amor.

Ninguém pode fugir desta missão de proclamar. Por isso que a oração é a fonte de onde brota a evangelização. O Papa João Paulo II o tem recordado quando nos fala que toda pastoral deve ser pastoral da oração.

Para esta pedagogia da santidade, há necessidade dum cristianismo que se destaque principalmente pela arte da oração. O ano jubilar foi um ano de oração, pessoal e comunitária, mais intensa. Mas a oração, como bem sabemos, não se pode dar por suposta; é necessário aprender a rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios do divino Mestre, como os primeiros discípulos: « Senhor, ensina-nos a orar » (Lc 11,1). Na oração, desenrola-se aquele diálogo com Jesus que faz de nós seus amigos íntimos: « Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós » (Jo 15,4).

Esta reciprocidade constitui precisamente a substância, a alma da vida cristã, e é condição de toda a vida pastoral autêntica. Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do Pai. Aprender esta lógica trinitária da oração cristã, vivendo-a plenamente sobretudo na liturgia, meta e fonte da vida eclesial, mas também na experiência pessoal, é o segredo dum cristianismo verdadeiramente vital, sem motivos para temer o futuro porque volta continuamente às fontes e aí se regenera.(NMI 32)

Quem não reza não vai sentir o entusiasmo, a paixão, o amor transbordante por Jesus. E o anúncio que não toca o coração se esvai. São João da Cruz, com seu tom duro mas certeiro, me faz medo e me coloca em crise: “muito bem fariam os pregadores do evangelho.

“Minha alma se há votado,
com meu cabedal todo, a seu serviço;
já não guardo mais gado,
nem mais tenho outro ofício,
que só amar é já meu exercício.
Considerem aqui os que são muito ativos, e pensam abarcar o mundo com suas pregações e obras exteriores: bem maior proveito fariam à Igreja, e maior satisfação dariam a Deus – além do bom exemplo que proporcionariam de si mesmos, - se gastassem ao menos a metade do tempo empregado nessas boas obras, em permanecer com Deus na oração, embora não houvessem atingido grau tão elevado como esta alma de que falamos...” (Cântico 28, 3)

Quem sabe se eu mesmo deva rever o meu apostolado e me colocar na escuta de Jesus como Maria em Betânia e, escutando Jesus, possa falar dele com mais amor. É o caminho da oração que nos dá a alegria de anunciar; não porque o anúncio é acolhido mas porque uma força maior do que nós nos manda anunciar.

por Frei Raniero Cantalamessa, Pregador do Vaticano

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A arte da oração



Rezar é um ato natural, um capítulo da antropologia, exatamente porque o ser humano tem uma abertura congênita para o transcendente, o divino. Rezar é também um ato de justiça para com nossa alma, pois a oração é expressão do espírito, da alma, do coração. É também um ato de justiça em relação a Deus. “Nele somos, vivemos e existimos” (Atos dos Apóstolos 17, 28).

A oração é antes de tudo terapêutica porque pacifica, unifica, ordena a vida, os pensamentos e os afetos. “Os efeitos da oração em nossa pessoa são mais visíveis que os das glândulas de secreção interna”, diz o prêmio Nobel de Medicina (1922), Dr. Alexis Carrel, ateu convertido.

A arte da oração consiste em que o orante se comunica com Deus, com os outros e com ele mesmo e assim faz grandes descobertas, encontra soluções, recebe iluminações e muita força interior. K Jung e V. Frankl são psicólogos que exaltam a importância e a eficácia da oração, sem a qual, as pessoas não se curam de suas neuroses. Eles sabem muito bem que a pessoa orante entra no nível alfa, frequência profunda do cérebro humano.

Quem não reza está numa situação muito desconfortável e até incômoda, porque irá buscar alívio e sedativo no álcool, nas farras, nas drogas e sempre permanecerá vítima do vazio existencial e da solidão. Sempre justificará seus erros e fugas, tendo necessidade espontânea de ridicularizar quem reza, como se a oração fosse o “catecismo dos fracos e perdedores”. De fato, só os humildes e autênticos rezam.

É preciso orar com fé. Acreditar no poder da oração. Rezar é estar com Deus e com os outros. Normalmente a oração verdadeira e profunda leva à compaixão, ao perdão, à solidariedade. O amor é fruto da oração. Rezar é um ato de amor e o amor é consequência da oração. Os santos e os místicos são sempre pessoas de paz, de fraternidade e de ação em favor dos pobres e pecadores. A oração é amor de amizade com Deus que nos leva ao amor-serviço para com os outros.

A oração é uma “alavanca que move o mundo” (Santa Terezinha). De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração as salvou. Quem reza se salva.

A oração é uma ponte. A pessoa orante é fabricadora de pontes, é pontífice. Abatem-se os muros e constroem-se pontes com a sabedoria da prece. Essa ponte vai da terra ao céu e do coração do orante aos irmãos. A escalada da oração é exigente, requer perseverança. É um combate.

A oração é muralha, é escudo, é proteção, é abrigo, é segurança. Quem reza está imunizado contra muitos males. A oração nos protege das tentações. Sem ela caímos na murmuração e abraçamos a tentação.

A oração é escola . O Mestre interior é o Espírito Santo. Na escola da oração aprendemos a prática do bem, a beleza do perdão, a alegria da convivência, a esperança nas decepções. A oração nos faz discípulos, iluminados, sábios, humanos e verdadeiros. Moisés tinha o rosto iluminado após a oração. Irradiava o fulgor de Deus.

A oração enche o orante de audácia e coragem, de força e tenacidade, de luz e compaixão. Jesus não somente reza, mas, ensina a rezar, principalmente a perseverança na oração. Os primeiros cristãos eram “assíduos na oração” (cf. Atos dos Apóstolos 2, 42). De fato, a oração é inspiração de cada momento, recolhimento do coração, recordação das maravilhas de Deus, é força para a luta cotidiana. Eis a arte da oração.

A oração é uma rendição diante de nossa insuficiência e da paternidade de Deus. A oração é a fala entre filhos(as) e Pai. Portanto, oração é questão de amizade, é encontro de duas consciências, duas intimidades, duas existências. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor a Deus e ao próximo.

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina - PR