quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tibieza: ou vencemos ou seremos esmagados!


 A vivência da Caminhada discipular tem por meta “alcançar Jesus Cristo, visto que já fomos alcançados pela sua misericórdia, como ensina o Apostolo Paulo : Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado a perfeição: “apenas continuo correndo prara conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo”. (Fl 3, 12-13)

Dai, para esse seguir em frente não podemos perder o foco , desconcentra-se dos passos que precisam ser dados, das renúncias que nos são exigidas, das dificuldades a serem superadas . Lembremos que, a glória da meta é a cruz do caminho.  São paulo, na mesma passagem escrita aos Filipenses afirma que em vista do premio do alto avança para o que esta na frente, esquecendo-se do que  ficou para tras. (Fl 3,12).

Urge o nosso estar na presença de Deus, aprofundando nossa intimidade pAra não sermos atingidos pelo  grande esvaziamento espiritual que tem assolado no mundo inteiro,a  indiferença religiosa que  tem atingido a tantos, tornando o relacionamento com Deus fraco, principalmente por aqueles que já O conhecem ou tiveram uma profunda experiência com Ele.

“O mal de tudo isto é a chamada tibieza, que em primeiro lugar é hesitação em responder ao amor de Deus. E se diz ser também alguém de alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem fervor… Esta “doença traz sérias consequências, não só a nossa vida espiritual, mas a todas as realidades de nossa existência. Ela é consequência do pecado venial não combatido e desenvolve-se com facilidade nas almas que não são amigas das renúncias, sacrificios e orações, o que tem levado a  muitos à uma verdadeira prostração espiritual, ao desânimo desmedido para com as coisas de Deus. Muitos têm caído no sedentarismo,  despencado no ativismo e rompido a intimidade com Deus”.

Há aqui um profundo rompimento da intimidade com Deus. Deus se torna tão banal para o tíbio que, muitas vezes, nem mesmo existe mais um relacionamento com Ele, torna-se uma pessoa morna em tudo. Perde-se o sabor, o desejo de continuar o caminho, a luta.

Como tem crescido entre os catolicos este dissabor, até mesmo entre os consagrados, padres e religiosos. È visivel que para alguns o ardor, o fervor em ser de Deus esta se perdendo de maneira assustadora. E a vida com Deus, para muitos, tem tornado-se  um peso ou apenas um trabalho. De maneira que se perde o verdadeiro sentido missionário e o amor por ser do Senhor.

Outras coisas que caíram na tibieza foram alguns grupos de oração, nos quais não há mais o fervor dos inícios, onde o Senhor podia agir de maneira esplêndida com a abertura das pessoas, tanto dos que estavam à frente, como daqueles que os frequentavam.

Muitos têm deixado a Igreja, por falta de fervor e ardor na vida espiritual. Inclusive muitos padres deixam o ministério, porque perderam o sentido da sua vocação, deixando-se ser levados pela tibieza, esfriando na vida de oração, na intimidade com Deus e, assim, acabam por despencar no sedentarismo e ativismo. A vida vira rotina quando não se faz mais as coisas com fervor. Perdeu-se a empolgação missionária e o gosto de ser consagrado ao Senhor.

Deste modo, para entedermos mais profundamente sobre a tibieza, veja o que nos diz o grande santo da Igreja, discipulo de Jesus, santo Afonso de Ligório: “Há duas espécies de Tibieza, uma inevitável, e outra evitável. A tibieza inevitável é aquela da qual nem os santos estão livres. Ela abrange todas as faltas cometidas sem plena liberação, mas só pela nossa fragilidadse humana: as distrações na oração, as pertubações interiores, as palavras inúteis, a vã curiosidade, o desejo de se mostrar, o gosto no comer e no beber, os movimentos de sensulidade não controlados prontamente, e tantos outros. A tibieza evitável é aquela que impede nossa santificação: cometer pecados veniais refletidos, ou seja, pecados cometidos de olhos abertos, que poderiam ser evitados em nossas vidas, com a graça de Deus”.

Sobre estes pecados, Santa Tereza dizia: ‘Que Deus nos livre dos pecados deliberados, por pequeno que seja!” Assim, por exemplo, as mentiras voluntárias, as pequenas murmurações, as imprecações, os ressentimentos, o caçoar do próximo, as palavras picantes, a vaidade, as antipatias nutridas no coração, a afeição desordenada a pessoas de outro sexo.  Acerca disso, a santa ainda afirma:’esses pecados são como vermes que não se deixam conhecer enquanto não roerem as virtudes em nós...Com as coisas pequenas o demônio vai abrindo buracos onde entram coisas grandes’ ”.
A tibieza nos amarra aos pecados, principalmente, aos vícios e aos veniais. Ela retira nossa força de lutar para sermos mais de Deus e superarmos os nossos pecados e falhas. E acabamos nos acostumando com o “feijão com arroz de todo os dias” da vidinha de oração que temos. Contentamo-nos com o pouco, sabendo que Deus tem o muito para nos ofertar. Esquecemos nosso objetivo.

Daí ser crescente a  preocupação em olhar como está nossa caminhada discipular. Há muitos grupos de oração  que perderam o essencial, que é a intimidade com Deus, a vida no Espírito e o ardor na oração, deixando-se ser apenas conduzidos pela razão humana afim de entender as coisas do Espírito.

Outro meio pela qual a tibeza tem entrado  na vida de muitos grupos é a disputa por cargos, onde um quer ser melhor que o outro, abrindo brechas para o Diabo ter chances de tripudiar, fazendo a muitos esquecerem da meta, do prêmio que foi prometido. Muitos largaram tudo no meio do caminho. Outros continuam apenas indo, ora jogado para cá, ora jogado para lá sem nenhuma intrepidez.
                                                           
Porém,  aos que são mornos o Senhor adverte: “Conheço a tua conduta. Não é frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio ou quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15-16).

Como é urgente  voltarmos ao primeiro amor, ao fervor no Espírito Santo onde é sanada toda raíz de tibieza que foi tomando conta da nossa vida espiritual.               
                                                      
Como eu já havia falado, a tibieza nos priva da intimidade com Deus, mas, uma vez entrando em um estado de tibieza, é necessário buscar em Deus, sair desta situação, que humanamente é difícil, mas não impossível. Com a graça de Deus e o auxílio do Espírito Santo, venceremos o veneno que é introjetado por ela em nós.

Em primeiro lugar, é necessária uma renovada vida no Espírito Santo. Buscar todo ardor que provém do Espírito. Ele nos devolve o ânimo espiritual, o ardor, fervor e a alegria de ser de Deus. Por isso, quero exortar-te a reavivar o carisma que Deus te concedeu pela imposição de minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação” (II Tim 1,6-7).

Diante disso, devemos buscar uma vida no Espírito. Entregar-se inteiramente à ação do Espírito de Deus. Buscar ver as coisas de Deus como novas, pois de fato as são. Não deixar que a rotina tome conta de nossas vidas. Nunca acostumar com Deus e com os pecados.

No momento de oração, quando tudo parece tão mais dificil,  se esforçar para ter vontade de rezar; buscando esforçar-se em tudo. Mas além de tudo, é necessário voltar ao primeiro amor, viver como se fosse a primeira vez que está encontrando como o Senhor. “Mas tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste! Converte-te e volta à prática inicial” (Ap 2, 4-5a).

Claro que para sair da tibieza é preciso ter um esforço muito grande para estar na presença do Senhor, para rezar. A  tibieza sempre vem acompanhada de preguiça, desânimo, indisposição, insatisfação, murmuração e se conformar com o pouco. Mas sppodemso vencê-la, precisamso vencê-la. Uma vida sem a graça , é literalmente uma vida sem graça.

Portanto meus irmãos, não nos demos por vencidos.  Busquemos a Deus , dando-nos todo, sem reservas. Ele é nosso socorro e nossa fortaleza. Façamos da MOPD diaria uma arma contra a tibieza.  Sem “a meditação não há luz e se caminha na escuridão”; Busquemos mais frequentemente a Comunhão e de passo em passo “ lancemo-nos em direção a meta, em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a viver em Jesus Cristo”.

A decisão é nossa! Ou nos fortalecemos, levantando-nos para seguir ou permitimo-nos ficar e dar vitoria ao mal. Vamos firmar o nosso passo, fixar o nosso olhar! O Senhor é compassivo e justo!

Graça e Paz!

Leila Lemos
Conselheira Geral do Apostolado da Bênção